
Isabella Stephan
Solidão não é sobre estar só.
E ao mesmo tempo, é!

Somos tão sós. E não estou aqui a falar da solidão como aquele sentimento desprezível, que evitamos olhar quando estamos em busca da nossa outra metade.
A busca já pode cessar, porque a outra metade não é metade.
É inteira.
E habita dentro de nós...
Somos inteiramente Sós.
Somos um sem-fim de nós.
De Nós mesmos.
E de nós, desses que buscamos desatar todos os dias mas que por mais que a gente siga buscando, estarão sempre ali.
Porque somos o que eles representam também: o eterno desenrolar - que nos move, que nos dá sentido, que nos preenche, que nos proporciona sentirmos a Vida.
SOMOS em unidade e e em multiplicidade. Somos uma única e redundante unidade. E somos também um grande emaranhado de gente só...
Quando entendermos que é apenas sendo só, que poderemos nos partilhar...
Quando entendermos que é no encontro de duas ou mais almas, inteiramente sós, que a magia acontecerá...
Colheremos, finalmente, a verdadeira Partilha.
Em sua total abundância.
Desenrolaremos-nos então, enrolaremos-nos novamente. Destruiremos e construiremos.
Numa dança profunda, a que chamaremos evolução.
Isabella Stephan.